Escrito por Renata Bertaso
Técnica de segurança e amiga
Um grande engano tem
sido cometido, quando se procura analisar a segurança no trabalho separadamente
dos aspectos administrativo, econômico e financeiro das empresas.
Muitos executivos não
compreendem quanto realmente custam os acidentes e outros acontecimentos que
ocasionam perdas, que comprometem a imagem da empresa e muitas vezes até mesmo
sua sobrevivência. Com o pensamento tradicional no campo de acidentes, é
provável que somente vejam os custos do salário direto dos profissionais de
segurança, do tratamento médico e da compensação do trabalhador afastado O que
é pior, é que eles podem aceitá-los como custos inevitáveis de que “fazem parte
do negócio” ou que os custos devem ser assumidos pelas companhias de seguro.
Poucos são os
executivos que compreendem que os mesmos fatores que ocasionam acidentes, estão
também criando perdas de eficiência bem como problemas de qualidade, custo e de
imagem da empresa.
Nenhum evento começa
grande. A análise de grandes acidentes mostram que em alguns dos casos a indústria
não dispunha, na sua rotina diária de trabalho, de um serviço de segurança
apoiado e prestigiado pela diretoria e que fosse adequado para atuar, corrigir
e sugerir medidas de prevenção nos diversos pequenos acidentes e incidentes que
por vezes ocorriam. Muitos destes
pequenos incidentes/acidentes estavam ligados a inexistência de controles
administrativos e gerenciais que fossem capazes de atuar preventivamente.
Infelizmente, ainda
existe o pensamento, a bem da verdade entre poucos, de executivos que acreditam
que a maioria dos acidentes são causados por “descuido” e aí, recorrem a um
castigo ou a programas de incentivo para fazer com que as pessoas sejam “mais
cuidadosas”. O resultado mais provável será o de que os acidentes se ocultem em
vez de serem resolvidos. Os executivos que acreditam que os acidentes são
acontecimentos “anormais” tendem a proteger-se com uma cobertura maior em seguros,
somente para descobrir posteriormente que raramente, ou nunca, estes cobrem
todas as perdas que se produziram.
Estes poderiam ser
classificados como as “anormalidades normais”, pois acabam fazendo parte da
“cultura” da empresa. E aí, a segurança não é considerada e nem levada a sério.
A improvisação assume o lugar do planejamento e o bom senso. E aí tudo pode
acontecer...
Estou convicta que
a forma como são conduzidas as atividades prevencionistas nas empresas e o
enfoque tradicional adotado por uma considerável parcela de técnicos e engenheiros
da área constituem visão primária do problema. O mesmo pode ser dito em relação
a maioria dos executivos de pequenas e médias empresas brasileiras e a uns
poucos de grandes empresas de várias nacionalidades, que insistem em adotar procedimentos
gerenciais equivocados para a condução das atividades de segurança no trabalho industrial.
Já não podemos mais
aceitar o número de acidentes que ocorrem anualmente no Brasil. Nem tão pouco
podemos aceitar empresas que relutam em adotar políticas e práticas
prevencionistas. O comportamento das pessoas deve passar de reativo para pró-ativo.
As ações devem ser de antecipação e não mais de correção.
O que se espera hoje
são empresas competitivas, ágeis e acima de tudo seguras, para seus
funcionários e para a comunidade próxima a sua localização.
Sendo assim, vale salientar a questão: Por que gerenciar os risco?
Até o próximo post,
5W2H Gestão&consultoria
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